terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Minissérie "Capitu"

Para os fãs machadianos, estréia logo mais nesta terça-feira(09/12) "Capitu". Minissérie dividida em cinco capítulos na globo. Inspirada na obra "D. Casmurro", de Machado de Assis, a série conta a história da menina que se torna mulher, com seus romances e traições.
Com roteiro fiel à obra original, a série preserva a dúvida sobre a traição de Capitu e a estrutura narrativa com as duas fases do romance: o amor adolescente de Bentinho e Capitu, que se separam com a ida do menino para o seminário, e o ciúme que Bento Santiago, depois que retorna de São Paulo formado em Direito, passa a ter de sua esposa Capitu e de seu melhor amigo Escobar.

Não deixem de conferir!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Primeiro poema publicado por Machado de Assis aos 16 anos


ELA

Seus olhos que brilham tanto,
Que prendem tão doce encanto,
Que prendem um casto amor
Onde com rara beleza,
Se esmerou a natureza
Com meiguice e com primor

Suas faces purpurinas
De rubras cores divinas
De mago brilho e condão;
Meigas faces que harmonia
Inspira em doce poesia
Ao meu terno coração!

Sua boca meiga e breve,
Onde um sorriso de leve
Com doçura se desliza,
Ornando purpúrea cor,
Celestes lábios de amor
Que com neve se harmoniza.

Com sua boca mimosa
Solta voz harmoniosa
Que inspira ardente paixão,
Dos lábios de Querubim
Eu quisera ouvir um - sim-
P’ra alívio do coração!
Vem, ó anjo de candura,
Fazer a dita, a ventura
De minh’alma, sem vigor;
Donzela, vem dar-lhe alento,
“Dá-lhe um suspiro de amor!”

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Um século sem Machado de Assis

O Centenário da Morte do escritor carioca Machado de Assis ocorreu nesta segunda-feira. Nascido Joaquim Maria Machado de Assis, em 1839, o romancista tornou-se um dos mais respeitados da literatura brasileira. O vasto currículo do autor começou a ser preenchido por volta dos 15 anos, quando publicou um poema em uma revista do Rio de Janeiro. Esforçado o jovem Machado de Assis usava seu talento para escrever crônicas, contos e até fazer críticas literárias.

O lançamento das obras Ressurreição, 1872, e Helena, 1876, marcaram o início de sua carreira literária.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Livro Clip - Dom Casmurro é o preferido!

Ciúme, traição e morte. Entre na trama do triângulo amoroso criado por Machado de Assis, o maior escritor brasileiro. Ainda não leu? Ahhh, depois desse clip você vai ficar curioso e com muita vontade de lê-lo, acredite!

Sobre a Obra


O livro “Dom Casmurro” (1899) conta a história de Bento Santiago, mais conhecido como Dom Casmurro. Para preencher a vida pacata, Dom Casmurro resolve contar suas lembranças, isto é, atar as duas pontas da vida, a adolescência e a maturidade. Adolescente, Bentinho descobre-se apaixonado por Capitu. Inteligente, Capitu convence Bentinho a não concordar com o projeto de sua mãe, Dona Glória, que queria fazê-lo padre. A vida toma o rumo que desejam os apaixonados e eles se casam. Tudo corre bem, até o dia em que brota o ciúme e a história de amor transforma-se em suspeita de traição. Mordido pela dúvida de que o pequeno Ezequiel não seja seu filho, mas de seu amigo Escobar, com que aparenta visível semelhança, impõe a separação à Capitu. Os três partem para a Europa e Bentinho volta logo depois sozinho. Capitu morre alguns anos mais tarde no continente europeu e Ezequiel tem o mesmo destino no Oriente onde foi estudar.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

"Centenário Machado de Assis"


Machado de Assis Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 — Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) foi um escritor brasileiro, considerado um dos mais importantes nomes da literatura desse país e identificado, pelo crítico Harold Bloom, como o maior escritor afro-descendente de todos os tempos. Nasceu pobre e epilético. Era filho de Francisco José Machado de Assis e de Leopoldina Machado de Assis, neto de escravos alforriados. Foi criado no morro do Livramento, no Rio de Janeiro. Ajudava a família como podia, não tendo freqüentado regularmente a escola. Sua instrução veio por conta própria, devido ao interesse que tinha em todos os tipos de leitura. Graças a seu talento e a uma enorme força de vontade, superou todas essas dificuldades e tornou-se em um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos.Entre os seis e os 14 anos, Machado perdeu sua única irmã, a mãe e o pai. Aos 16 anos empregou-se como aprendiz numa tipografia e publicou os primeiros versos no jornal "A Marmota". Em 1860, foi convidado por Quintino Bocaiúva para colaborar no "Diário do Rio de Janeiro". Datam dessa década quase todas as suas comédias teatrais e o livro de poemas "Crisálidas". Em 12 de novembro de 1869 casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais.Carolina contribuiu para o amadurecimento intelectual de Machado, revelando-lhe os clássicos portugueses e vários autores de língua inglesa. Na década de 1870, Machado publicou os poemas "Falenas" e "Americanas"; além dos "Contos Fluminenses" e "Histórias da meia-noite". O público e a crítica consagraram seus méritos de escritor. Publicou os romances: "Ressurreição" (1872); "A Mão e a Luva" (1874); "Helena" (1876); "Iaiá Garcia" (1878). Essas obras ainda estão ligadas à literatura romântica e formam a chamada primeira fase de Machado de Assis.Em 1873, o escritor foi nomeado primeiro oficial da secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras públicas. A sua carreira burocrática teve uma ascensão muito rápida, uma vez que, em 1892, já era director geral do Ministério da Viação. O emprego público garantiu a estabilidade financeira, uma vez que viver de literatura naquela época era quase impossível, mesmo para os bons escritores. Na década de 1880, a obra de Machado de Assis sofreu uma verdadeira revolução, em termos de estilo e de conteúdo, inaugurando o Realismo na literatura brasileira. Os romances "Memórias póstumas de Brás Cubas" (1881); "Quincas Borba" (1891); "Dom Casmurro" (1899) e os contos "Papéis avulsos" (1882); "Histórias sem data" (1884), "Várias histórias" (1896) e "Páginas recolhidas" (1899), entre outros, revelam o autor em sua plenitude.O espírito crítico, a grande ironia, o pessimismo e uma profunda reflexão sobre a sociedade brasileira são as suas marcas mais características.Em 1897, Machado fundou a Academia Brasileira de Letras, da qual foi o primeiro presidente, pelo que a instituição também conhecida como casa de Machado de Assis. Ocupou a Cadeira N.º 23, de cujo patrono, José de Alencar, foi amigo e admirador. Em 1904, a morte de sua mulher foi um duro golpe para o escritor. Depois disso, raramente ele saía de casa e sua saúde foi piorando por causa da epilepsia. Os problemas nervosos e uma gagueira contribuíram ainda mais para o seu isolamento. São dessa época seus últimos romances "Esaú e Jacó" (1904) e "Memorial de Aires" (1908), que fecham o ciclo realista iniciado com "Brás Cubas"Machado de Assis morreu em sua casa situada na rua Cosme Velho. Foi decretado luto oficial no Rio de Janeiro e seu enterro, acompanhado por uma multidão, atesta a fama alcançada pelo autor. O fato de ter escrito em português, uma língua de poucos leitores, tornou difícil o reconhecimento internacional do autor. Recentemente, porém, suas obras têm sido traduzidas para o inglês, o francês, o espanhol e o alemão, despertando interesse mundial. De fato, trata-se de um dos grandes nomes do Realismo, que pode se colocar lado a lado ao francês Flaubert ou ao russo Dostoievski, apenas para citar dois dos maiores autores do mesmo período na literatura universal.
O centenário da morte de Machado de Assis é momento para se revisitar e iluminar um tesouro e, também, para colocarmos perguntas fundamentais à sociedade brasileira sobre nossa literatura e nossa cultura, de fazermos o confronto com os valores do tempo dele.